EFEITO DE RESÍDUOS VEGETAIS SOBRE Scutellonema bradys, AGENTE CAUSAL DA CASCA PRETA DO INHAME (Dioscorea sp)

Resumo

O inhame (Dioscorea spp.) é uma planta que se adapta bem às condições edafoclimáticas das regiões tropicais e subtropicais, desenvolvendo-se satisfatoriamente na região Nordeste. Alguns fatores influenciam na produtividade do inhame, dentre os quais destaca-se a “casca preta”. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar o uso da manipueira, do extrato de nim, do Ecolife® e do nematicida (Furadan) no controle da casca preta do inhame in vitro, utilizando-se diferentes dosagens. Foram utilizadas as seguintes concentrações de produtos alternativos: manipueira (60, 40 e 20%), extrato de nim (1, 2 e 5%) e ecolife® (2, 4 e 6 i.a./L) mais testemunha  com água destilada. O delineamento foi inteiramente casualizado, com dez tratamentos, em esquema fatorial 3 x 3 mais testemunha e quatro repetições. Túberas de inhame com sintomas da doença e amostras de solo, obtidas de várias regiões produtoras do estado de Alagoas, foram encaminhadas ao Laboratório de Fitopatologia da UFAL, onde foram processadas pelo método de flotação centrifuga de Jenkis modificado. As densidades populacionais de nematóides foram feitas com auxílio da câmara de Peters em microscópio óptico. Resultados iniciais obtidos do levantamento populacional revelaram a presença de Scutellonema bradys em todas as amostras de túberas. Nas amostras de solo analisadas verificou-se a presença de Meloidogyne sp., Pratylenchus brachyurus, Helicotylenchus sp, dentre outros. As avaliações da eclosão, mobilidade e mortalidade de S. bradys in vitro foram efetuadas aos 15 dias após os tratamentos, 12 horas após a primeira avaliação e em intervalos de 30 dias, durante dois meses, respectivamente. Os resultados obtidos permitiram concluir que o extrato de nim (2% e 5%), Ecolife (6 i.a/L)  e  Manipueira (60%)  inibiram a eclosão de J2, a mobilidade e reduziram a população de S. bradys in vitro, com maior intensidade quando a exposição foi de 24 horas.