APROVEITAMENTO DO RESÍDUO DA PRODUÇÃO DE FARINHA DE MANDIOCA NA PRODUÇÃO DE ÁLCOOL FINO
Resumo
Os sub-produtos da industrialização da mandioca são partes da própria planta, gerados em função do processo industrial adotado no seu beneficiamento. A crueira é constituída por pedaços de raízes e entre casca, separados por peneiras antes do forno, no processamento da farinha de mandioca. Neste trabalho realizou-se a hidrólise/sacarificação de uma suspensão de crueira em água para a obtenção de açúcares fermentescíveis em reator de 100L de aço inox com agitação e controle de temperatura. Após a hidrolise realizou-se a determinação do ºBrix e a análise do perfil de açúcares em HPLC do hidrolisado. A fermentação foi conduzida em reator de aço inox e controle de temperatura durante 48hs a 35ºC. O vinho foi destilado em coluna de vidro (Bo-silicato) com 2,20m de comprimento, com alimentador no meio da coluna e condensador instalado na extremidade superior. A temperatura de trabalho de cabeça foi mantida entre 80-82ºC, sendo o etanol produzido analisado quanto a porcentagem de etanol em HPLC, teor alcoólico (ºGL) e discriminação isotópica. Os resultados obtidos mostraram uma concentração de 19ºBrix no hidrolisado com 98,35% de glicose, 1,20% de maltotriose e 0,45% de dextrinas. O etanol obtido apresentou 88ºGL e após bidestilação 96ºGL e 82,2% de etanol. A descriminação isotópica confirmou ser o etanol obtido a partir de planta C3. O rendimento do processo foi de 65,8% , o que confirma a crueira como matéria-prima potencial para a produção de etanol via hidrólise enzimática.